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02/06/2020

Crianças são seres em desenvolvimento, que dependem da guarda e conduta dos adultos para atingirem o seu pleno potencial e tornarem-se adultos capazes e saudáveis.

ECA, em seu artigo 18-A diz que: “Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los.” (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014).

Do nascimento aos 6 anos – a fase conhecida como primeira infância –, o cérebro humano está no auge de sua capacidade. Os neurônios de um bebê atingem um nível de atividade que não se repetirá em nenhuma outra fase da vida. E as oportunidades e experiências que uma criança tem no início da vida pavimentam o caminho para que ela desenvolva todo o seu potencial, com impacto no seu presente e no seu futuro. Essa etapa, tão crucial, tem sido olhada com especial atenção pela neurociência e a genética desde o final dos anos 1990. E, por mais surpreendente que pareça, as descobertas científicas de laboratório comprovam: além das condições mínimas necessárias de sobrevivência do bebê (nutrição, higiene, saúde etc.), para assegurar seu desenvolvimento, nessa fase o cérebro precisa de dois ingredientes fundamentais: carinho e afeto. Os vínculos conquistados dessa forma, em ambientes que propiciem experiências e estímulos positivos, são essenciais para garantir o crescimento de um
bebê, de uma comunidade e, consequentemente, do futuro de uma sociedade.

Mas por que então, ainda até hoje, não há um apoio maduro da sociedade civil, empresas e estado para o exercício de paternar e maternar?

Uma sociedade parental é aquela que sabe cuidar de seus filhos, dos filhos dos outros, e dos filhos de ninguém!

Isto é, uma sociedade que se responsabiliza de forma coletiva nos cuidados das crianças do mundo. Agindo desde forma comunitária e organizada, em pequenos redes de apoios, passando por programas e iniciativas dentro de empresas, que pode e devem exercer um papel fundamental para equilibrar essa balança, e terminando no Estado, que pode construir políticas públicas que fomentem as iniciativas da sociedade civil e das empresas.

Por isso é urgente programas que apoiem, instrumentalizem, e formem pais e mães para eles exercerem e empreenderem no papel mais importante da vida deles, que é criar um ser humano.

Porém ao mesmo tempo que sobra informações e conhecimentos, faltam programas que conversem e que sejam práticos.
Ser pai e ser mãe, não é nato. Não nascemos sabendo, não é instintivo, é uma construção social, e mesmo assim continuamos não nos preparando adequadamente, ou por ignorância ou por pouco acesso a um conjunto de conhecimentos, ferramentas e habilidades que pais e mães precisariam desenvolver para exercer sua parentalidade de forma saudável e possível.

Então deixo aqui minha provocação saudável, para criarmos ferramentas e programas viáveis e práticos, que gerem literalmente engajamento, impacto, e transformação social em pais e mães em todo o Brasil.

Autor: Leandro Ziotto, pai afetivo do Vini e fundador da Plataforma 4daddy de produção de conteúdo, programas e formação parental e masculinidades.

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