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Brincarmóvel

13/04/2020

O Brincarmóvel é uma ação de lazer, educação e inclusão da Universidade Federal do Ceará, vinculado ao Instituto de Educação Física e Esportes (IEFES), projeto que faz parte do programa de extensão Centro de Estudo sobre Ludicidade e Lazer (CELULA). O Brincarmóvel consiste em um ônibus criado e pensado para a reconstrução do jogo, do brinquedo, da brincadeira e da cultura lúdica, projetado para possibilitar a inclusão, a aprendizagem, o lazer e o direito de brincar das crianças, adolescentes, adultos e da terceira idade, incluindo famílias de baixa renda e em situação de risco da região metropolitana de Fortaleza, Ceará.

O Brincarmóvel é equipado com diversos brinquedos e jogos, além de rampas de acesso, infraestrutura de toldo e ar-condicionado. A unidade móvel tem como proposta pesquisar, preservar, divulgar, produzir, sistematizar e analisar o conhecimento transdisciplinar no eixo do lazer, gerando uma reflexão crítica sobre estas manifestações lúdicas no âmbito da sociedade com seus diferentes interlocutores. As instituições interessadas, públicas e privadas, podem agendar visitas do Brincarmóvel, de forma gratuita, em duas modalidades: as instituições podem levar as pessoas interessadas até o campus da universidade, sede do Brincarmóvel, ou podem agendar que o Brincarmóvel se instale temporariamente em seus espaços. Um dos objetivos do Brincarmóvel é de inspirar políticas públicas e programas que articulem a dimensão social, educativa, cultural e de lazer.

Quais eram os atores envolvidos e qual o papel de cada um?

É uma ação do Instituto de Educação Física e Esporte, com recursos do Governo Federal (2014), e atende instituições públicas e privadas de educação, ONG, comunidades. Os alunos de educação física realizam estágio no equipamento, e há alunos bolsistas de diferentes cursos (design, comunicação, pedagogia, sociologia, antropologia, engenharia), além de ser usado por professores dos cursos de pedagogia e psicologia, que abordam temas de suas disciplinas.

Como se deu o planejamento e a execução das atividades?

Além do agendamento rotineiro, o Brincarmóvel participa de eventos e atividades educativas e de promoção do brincar como o Dia Mundial do Brincar, Semana do Museu, Semana de Ciência e Tecnologia, exposição de jogos e brinquedos, entre outros.

Quais os resultados alcançados?

De 2015 a 2020 foram mais de 200 mil pessoas atendidas, de todas as idades, crianças de comunidades carentes, escolas públicas, ONGs, comunidades quilombolas, indígenas e pessoas com deficiência. Além disso, o projeto conseguiu, dentre outras conquistas, proporcionar à comunidade acadêmica um espaço lúdico para pesquisa e observação, possibilitar aos discentes mais uma opção para suas práticas supervisionadas, provocar reflexões, informalmente, para orientar os pais na eleição de jogos e brinquedos pedagógicos, segundo a idade e etapa do desenvolvimento de seus filhos, servir de local para reunião de pais, facilitando o intercâmbio de informações e experiências sobre a importância do brincar.

Quais foram os fatores críticos de sucesso?

A multiplicidade de serviços oferecidos pelo projeto, a consolidação do trabalho dentro da estrutura da universidade, o grande volume de atendimentos e eventos, o volume de recursos investidos pelo poder público, a importância das parcerias estabelecidas, com unidades acadêmicas, com professores, alunos de outros cursos, escolas públicas, privadas, ONGs, fundações, faculdades privadas do estado do Ceará e empresas. O número de pessoas envolvidas como voluntárias e colaboradoras faz o projeto ser reconhecido socialmente.

Quais foram as lições aprendidas?

Uma das lições é que as universidades públicas têm o poder e o dever de desenvolver projetos em benefício da infância – apesar das dificuldades. E que professores têm resiliência para se adaptar à realidade, buscar possibilidades, caminhos, parceiros, pessoas que pensam da mesma forma e acreditam em sonhos. Outra lição aprendida foi acreditar nos alunos, no potencial dos servidores, dos parceiros fora dos muros da universidade que tem interesse em ser parceiros das universidades. “Aprendi que podemos criar redes de conexões com pessoas que querem ajudar a infância brasileira e garantir o direito de brincar. Outra lição é que não devemos esperar que só as instituições governamentais garantam direitos, mas que a sociedade civil organizada possa arregaçar as mangas e contribuir. Aprendi a não desacreditar no povo brasileiro. Outra lição é que é possível fazer e contribuir com muito pouco – e não descontinuar atividades mesmo em situações de escassez: aprendemos a escrever projetos, sermos proativos, trabalhar de forma inovadora”, afirma Marcos Teodorico.

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